segunda-feira, junho 06, 2011

SÉRGIO LOURO À PROCURA DE UMA OPORTUNIDADE

O Jornal "A Bola" entrevistou Sérgio Louro, antigo guarda redes do Portimonense, que tem colaborado com este blog. Para além de um agradável reencontro há alguns meses, foi o próprio Sérgio quem disponibilizou mais de 120 minutos em resumos de jogos realizados no final da década de 80. Eis o actual momento do antigo guardião.
 
Antigo guarda-redes de Sporting, Académica e Portimonense, entre outros, Sérgio Louro deixou de jogar aos 35 anos e passou a treinar na baliza. Hoje, aos 45 anos, está desempregado e procura uma oportunidade. E voltar a sorrir.

A última experiência de Sérgio Louro foi no V. Setúbal, na época 2009/10, com Manuel Fernandes. Deixou Setúbal no final da temporada, mas o caso está nos tribunais, com o treinador a reclamar salários em atraso, alegando que o emblema não cumpriu o acordo.

O Tribunal do Trabalho de Setúbal condenou o clube a pagar, mas queixa-se de um processo mal conduzido pelo árbitro de Sérgio Louro. O caso está entregue ao departamento jurídico do Vitória, mas a Direcção do emblema setubalense espera chegar a acordo com o antigo funcionário, fora dos tribunais. Apesar da situação, Sérgio Louro é adepto da instituição.

«Depois do Sporting, o Vitória sempre foi o meu clube. Sou do distrito de Setúbal e é impossível não gostar do Vitória», refere o treinador.

Mais do que o dinheiro, o que o treinador de guarda-redes mais quer é voltar a trabalhar. Mais nada. «Fui eu quem treinei o Jorge Baptista e o levei à Selecção Olímpica. Trabalhei com o Ernesto, internacional de Cabo Verde e fiz evoluir o Djuricic, no UD Leiria, convocado para o Mundial 2010 pela Sérvia. Em Setúbal tive o Mário Felgueiras, habitual convocado nas selecções. Tenho o II Nível e os meus créditos», assegura Sérgio Louro.

As lágrimas são visíveis quando fala do futebol e da falta que sente dos relvados. Por agora, passa os dias na Baixa da Banheira, de onde é natural, com os amigos e à espera que o telefone toque. Em casa, guarda recordações, como as camisolas do tempo em que jogava no Sporting de Bobby Robson, em 1992, ou de Fernando Couto, quando alinhava nos italianos da Lazio. O antigo jogador lamenta a pouca atenção dada ao trabalho específico com os guarda-redes.

«Treino guarda-redes há dez anos. Já trabalhei com Litos, Manuel Fernandes, Daúto Faquirá e Mariano Barreto. Tive alguns convites, mas recusei por ainda ter contrato com o V. Setúbal. Só quero trabalhar», desabafa.

Numa altura em que os treinadores portugueses estão em alta, com José Mourinho à cabeça, Sérgio Louro não percebe porque se desvaloriza o trabalho específico com os guarda-redes.

- No meu tempo, a cobrança era muito maior. Bastava um ‘frango’ por época para ficarmos de fora», sublinha Sérgio Louro.

1 comentário:

P. disse...

Quero deixar um grande abraço ao Sérgio que tem sido extraordinário.

Foi um dos grandes jogadores da segunda metade da década de 80 e um guarda redes que ficará associado a grandes vitórias do Portimonense. Isso já ninguém lhe tira.